AUTOMUTILAÇÃO ou “CUTTING”

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O QUE É AUTOMUTILAÇÃO?

O termo cutting é uma palavra inglesa que significa “cortando”.

A automutilação ou cutting, é um grave transtorno do impulso, que consiste no ato de ferir-se ou prejudicar a si mesmo propositalmente.
Neste transtorno, a pessoa pode bater-se, chicotear-se, cortar-se, queimar-se, puxar seu próprio cabelo, beliscar-se, tentar se estrangular, morder-se, apertar ou reabrir feridas (dermatotilexomania), arrancar os cabelos (tricotilomania), furar-se (com agulhas, arames, pregos, canetas, tesouras), ingerir agentes corrosivos ou alfinetes, ou ainda, tomar doses excessivas de medicamentos e drogas (overdose), ou àlcool, sem a intenção de cometer suicidio.

A auto-lesão entre indivíduos com distúrbios de desenvolvimento (por ex., autismo, retardamento, inteligência limítrofe) envolve, geralmente, ações relativamente simples, tais como bater a própria cabeça contra a parede, esmurrar superfícies duras e morder-se. É comum desenvolverem alotriofagia ou alotriogeusiaque corresponde a um transtorno onde o afetado engole substâncias/objetos que não são comestíveis.O portador deste transtorno não se dá conta que, neste ato, coloca seriamente em risco sua vida.Tais ações podem ser sinal de que algo está errado…

Fica muito claro que estas pessoas precisam de ajuda, e não de criticas.

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PORQUE A PESSOA SE AUTOMUTILA?

De maneira geral, a pessoa se automutila devido a uma incapacidade de lidar com seus próprios sentimentos. O individuo que pratica automutilação não busca dor fisica. Ao contrário do que a maioria pensa, eles não são masoquistas, e nem tão pouco buscam apenas chamar a atenção (mesmo porque, a maioria tenta esconder as cicatrizes causadas por este ato).

Na verdade, o que a pessoa procura, é o alivio de sua angústia, de seu desespero e de sua dor… Eles vêem no cutting a saida mais rápida para este intenso sofrimento.

O automutilador tende a ter grandes dificuldades para se expressar verbal ou emocionalmente, portanto, não consegue falar publicamente sobre suas angustias nem chorar diante de outras pessoas. Há relatos de pessoas que com o passar do tempo sentem-se incapazes de chorar até mesmo quando estão sozinhas. Essa dificuldade de expressão acaba, em muitos casos, sendo um forte fator que desencadeia o comportamento automutilador. Alguns indivíduos afirmam que escrever (textos, poemas, contos, músicas, etc.) lhes parece de grande ajuda, como uma forma de expressar suas emoções, o que não conseguem fazer de outras formas. Desse modo, a necessidade de se automutilar diminui significantemente.

Não possui amor próprio e usualmente define a sí mesmo como sendo “um lixo humano, uma criatura insuficiente e fracassada, que não tem direito de conviver com os demais”. Desse modo, alguns tendem a se afastar da família e dos amigos, buscando poupa-los do mal, que presumem ser, a sua presença. Com o tempo, se vêem executando sozinhos, atividades que costumava fazer em grupo.

Geralmente afirma automutilar-se com a intenção de interromper uma dor emocional muito forte. A maioria alega se tratar “de uma espécie de troca, da dor física pela dor emocional”, afirmam. Muitos praticantes da automutilação dizem que “é melhor sentir a dor fisica, do que a dor emocional”.

Além disso, vários automutiladores se ferem também como uma forma de punição, por se sentirem insuficientes e fracassados, “Um lixo humano”, como eles próprio se definem. Dentre outras razões. Todos eles descrevem o desejo automutilador como algo incontrolável, como um vício do qual, ainda que queiram, não conseguem se libertar.

Logo após uma crise, em que o automutilador fere o próprio corpo ou apresenta qualquer outro comportamento auto-agressivo, o sentimento seguinte é geralmente de alivio, satisfação, culpabilidade, entre outros.
Muitas vezes o indivíduo chora muito após o ato, e a sensação de fracassso é extrema.

Possui extrema dificuldade em falar sobre si mesmo, principalmente sobre a doença.

Alguns abandonam qualquer tipo de atividade em que seja necessária a exibição do corpo, como ir a praia ou a um clube, para que suas feridas e cicatrizes permaneçam ocultas e, desse modo, não tenham que falar sobre o problema nem corram o risco de serem impedidos de praticá-lo.

Não possui qualquer expectativa com relação ao seu futuro ou à vida de maneira geral, pois se considera incapaz de alcançar qualquer coisa realmente boa.

Quando o indivíduo consegue superar a doença, o primeiro problema com que se depara é a sensação de vazio. Muitos ex-automutiladores afirmam que se tornaram incapazes de qualquer sentimento comum ao ser humano, como ódio, raiva, indignação, medo, insegurança, alegria, amor, etc. Sentem-se apáticos e desinteressados com relação a qualquer assunto que os rodeie. “Se alguém morresse do meu lado, eu não daria a mínima”, afirmam. Essa sensação tem sido observada em vários indivíduos, porém, não se estende por muito tempo. Ainda que tenha alguma recaída, o ex-automutilador tende a sentir cada vez menos falta do comportamento auto-agressivo e, com o tempo, o abandona completamente.

A automutilação é muitas vezes praticado por portadores de patologias psiquiátricas, em especial, os portadores de transtorno de personalidade Borderline, depressão, bipolaridade, anorexia, bulimia e esquizofrenia.

É imperativo que a família e amigos ajude a pessoa que se auto-mutila, começando pela reconstrução da sua auto-estima, restabelecendo os laços afetivos que muitas vezes, até por distracção, podem ter sido negligenciados e por isso mesmo ter proporcionado o isolamento e sentimento de abandono do adolescente.

Atividades familiares de lazer, incentivar o jovem a participar em atividades lúdicas e esportivas que sejam do seu agrado e lhe permitam desenvolver os seus dons, mas sobretudo o acompanhamento médico e psicológico é fundamental para a cura, podendo frequentar uma terapia de grupo até com os pais / cônjuges.

 

COMO POSSO IDENTIFICAR SE ALGUÉM PASSA POR ESTE PROBLEMA?

É importante observar indícios de automutilação. Muitas vezes, temos dentro de nossa própria casa um ente que realiza “cutting”, porém, como esta não é uma atitude que se espera, geralmente os indícios passam desapercebidos.

As pessoas que se automutilam sentem vergonha e medo de revelar este comportamento. Isso faz com que eles tentem esconder, e procuram ferir-se solitariamente, em locais onde não podem ser observadas. Elas sabem que este comportamento não é bem aceito pelas pessoas.

Sendo assim, você poderá desconfiar que alguém apresenta automutilação quando essa pessoa:

  1. a) Costuma usar roupas de mangas longas, mesmo no verão, com altas temperaturas;
  2. b) Apresentam várias cicatrizes ou lesões repetidas e tem dificuldade para explicá-las;
  3. c) Isola-se evitando situações onde seu corpo pode ser exposto, como praia ou piscina;

Vale lembrar que estas pessoas podem apresentar sintomas depressivos e de fobia social associados.

 

EXISTE TRATAMENTO?

Sim. O tratamento consiste em psicoterapia e medicações que se mostrem eficazes nos casos de automutilação.

Não existe uma medicação especifica para o tratamento deste transtorno, contudo, são utilizados medicamentos que aliviem os sintomas depressivos e ansiosos, que podem colaborar para a manutenção do comportamento.
Há também medicações que são usadas para diminuir a impulsividade e que ajudam o paciente a resistir a vontade de se machucar, caso esta apareça.

A melhor forma de auxiliar a pessoa que pratica a automutilação é encaminha-la a um especialista, observar o possível aparecimento de novas lesões, e estimula-la a falar sobre seus sentimentos e/ou problemas.

Contudo, a própria pessoa deve tentar se ajudar!
Como diria minha avó, “mente vazia é oficina do Diabo”, portanto, é preciso estar atento a possiveis recaídas no decorrer do tratamento.
Isso não é algo tão simples como parece, afinal, o cutting torna-se o “crack ou a cocaína” da pessoa que o pratica.
Durante o tratamento, a pessoa precisa esquivar-se de pensamentos de dor, numa luta diária contra recaidas. É preciso atenção também, pois nem sempre uma recaida ocorre por algum motivo catastrófico, como a morte de um ente querido, por exemplo. Uma simples discussão com um namorado ou amigo pode desencadear uma dor e desespero tamanho, que leva a pessoa a se cortar desesperadamente!
É necessário disciplina, apoio e tratamento adequado. Viver um dia de cada vez, dar um pequeno passo a cada dia. Um dia sem se automutilar deve ser visto como uma grande vitória! E caso haja uma recaída, paciência!
Realmente é um processo de reabilitação (como no abuso de àlcool e drogas). Podem ocorrerverdadeiras “crises de abstinência” e também recaídas, contudo, não significa que perdeu-se a guerra, mas sim, uma batalha.

ONDE POSSO PROCURAR AJUDA?

É importante buscar ajuda de profissionais da área de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras.

Seria mais indicado profissional com experiência no tratamento de pacientes com automutilação, pois estes pacientes apresentam algumas peculiaridades.

Caso estes profissionais não estejam disponíveis, já que são raros os profissionais com experiência em automutilação, seria indicado profissional com experiência em transtornos do impulso.

fonte:

http://passeissoadiante.blogspot.com.br/2011/04/automutilacao-ou-cutting.html

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